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Ação pede indenização à Caixa por racismo

Publicado em Caixa Quinta, 03 Agosto 2023 15:31

 

Mais de 30 advogadas e advogados afros, ligados à organização Educafro Brasil na Bahia, entraram com uma Ação Civil Pública, por racismo, contra a Caixa Econômica Federal, por danos coletivos à comunidade afro-brasileira, nesta segunda-feira (31).

 

O motivo foi a expulsão do empresário Crispim Terral de Souza da agência do Relógio de São Pedro, no bairro Dois de Julho, no centro de Salvador, em 2019.


Crispim reafirmou que foi “vítima deste velho sistema racista, fascista, que escraviza e mata o povo negro no Brasil”. Ele lembrou como foi o ato de que foi vítima:

 

“Quando estive na agência para resolver uma situação em que foi retirado da minha conta um valor indevido, saí dali algemado, porém mais forte nesta luta contra o racismo que é de todos nós brasileiros”, ressaltou o empresário.


O fato aconteceu em 19 de fevereiro de 2019, sendo todo gravado e as imagens divulgadas em uma rede social do empresário, que é proprietário da Farmácia Terral, em Salinas das Margaridas.

 

Segundo a denúncia, depois de ter esperado atendimento por mais de quatro horas, o gerente pediu que ele se retirasse. Como ele se negou, o funcionário acionou a Polícia Militar, e um policial teria atendido a ordem do gerente, que disse “Só sai com ele algemado” (cena gravada). A ação foi registrada pela filha da vítima, e repercutiu em todo o país ao ser postada em redes sociais.


O secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, Almir Aguiar, avalia que “a ação é fundamental para que atos criminosos como esse não se repitam dentro de instituições, como é a Caixa, que pertence a todos os brasileiros”.

 

Almir ressalta que “qualquer ato de racismo é execrável e deve ser punido com todo o rigor legal, mas um fato como esse, dentro de um banco público, deve ser refutado com veemência, não apenas pelo desrespeito aos direitos humanos, mas também pelo simbolismo que pode ter”.


A ação pede uma indenização de R$ 49,5 milhões, a serem destinados a bolsas de estudo para pessoas afro no Brasil e no exterior.

 

*Fonte: Contraf-CUT