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Proposta da Fenaban de 6,5% de reajuste não repõe perdas nos salários e não garante empregos

Publicado em Notícias Terça, 30 Agosto 2016 08:36

Mais uma vez a Federação Nacional dos Bancos se negou a oferecer uma proposta decente, que valorize os bancários. Após quatro rodadas de negociação com o Comando Nacional dos Bancários, a Fenaban propôs reajuste de 6,5% no salário, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. A proposta não cobre, sequer, a inflação do período, projetada em 9,57% para agosto deste ano e representa perdas de 2,8% para o bolso de cada bancário. Pressionada pelo Comando Nacional dos Bancários, a Fenaban ficou de apresentar nesta terça-feira (30), às 14h, em São Paulo, a resposta global das reivindicações, mas, segundo os banqueiros, “sem alterar o modelo de reajuste econômico apresentado”. 

 

O Comando Nacional dos Bancários aprovou um calendário de lutas e orienta as Federações e Sindicatos a convocar assembleias de avaliação da proposta para o dia 1º de setembro, e caso seja rejeitada, indicativo de greve a partir do dia 6, com assembleia organizativa no dia 5 de setembro. A orientação nacional é pela rejeição da proposta apresentada pela Fenaban.

 

 

 

 

Os eixos centrais da campanha são: reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual, fim da terceirização, mais segurança, melhores condições de trabalho. A defesa do emprego também é prioridade na Campanha Nacional, assim como a proteção das empresas públicas e dos direitos da classe trabalhadora.

 

O lucro dos cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) no primeiro semestre de 2016 chegou a R$ 29,7 bilhões, mas houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, mais de 34 mil empregos foram reduzidos pelos banqueiros.

 

Proposta dos bancos

 

- Reajuste de 6,5% (representa perda de 2,8% para os bancários em relação à inflação de 9,57%).

 

- Abono de R$ 3.000,00 (parcela única, não incorporado aos salários).

 

- Piso portaria após 90 dias - R$ 1.467,17.

 

- Piso escritório após 90 dias - R$ 2.104,55.

 

- Piso caixa/tesouraria após 90 dias - R$ 2.842,96 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa).

 

- PLR regra básica - 90% do salário mais R$ 2.153,21, limitado a R$ 11.550,90. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 25.411,97.

 

- PLR parcela adicional - 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 4.306,41.

 

- Antecipação da PLR - Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 02/03/2017. Regra básica - 54% do salário mais fixo de R$ 1.291,92, limitado a R$ 6.930,54 e ao teto de 12,8% do lucro líquido - o que ocorrer primeiro. Parcela adicional equivalente a 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2016, limitado a R$ 2.153,21.

 

- Auxílio-refeição - R$ 31,57.

 

- Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta - R$ 523,48.

 

- Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) - R$ 420,36.

 

- Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) - R$ 359,61.

 

- Vale-Cultura R$ 50 (mantido até 31/12/2016, quando expira o benefício).

 

- Gratificação de compensador de cheques - R$ 163,35.

 

- Requalificação profissional - R$ 1.437,43.

 

- Auxílio-funeral - R$ 964,50.

 

- Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto - R$ 143.825,29.

 

- Ajuda deslocamento noturno - R$ 100,67.

 

Principais reivindicações dos bancários

 

- Reajuste salarial: reposição da inflação (9,57%) mais 5% de aumento real.

 

- PLR: 3 salários mais R$8.317,90.

 

-Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

 

- Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do salário mínimo).

 

- Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês.

 

- 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês.

 

- Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

 

- Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

 

- Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.

 

- Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

 

- Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

 

- Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

 

Fonte: Contraf-CUT