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Bancos querem impor perda salarial a bancários. Greve continua por tempo indeterminado

Publicado em Notícias Sexta, 16 Setembro 2016 01:28

A greve dos bancários vai exigir uma maior mobilização para demonstrar aos banqueiros que a categoria está unida e não aceitar a imposição de perdas salariais. Na negociação desta quinta-feira (15), em São Paulo, mais uma vez, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) resolveu desrespeitar a categoria bancária ao manter proposta rebaixada de 7% de reajuste nos salários, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3,3 mil. Na oitava rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários não houve nenhuma mudança, sequer, na proposta apresentada no último dia 9 de setembro, a qual está muito distante das reivindicações dos trabalhadores, que incluem reposição da inflação do período (9,62%) mais 5% de aumento real, entre outras demandas de saúde, condições de trabalho, segurança, igualdade de oportunidades e garantia de emprego, temas que os banqueiros simplesmente desprezaram até agora.

 

A greve entra nesta sexta no 11º dia com 12.608 agências e 49 centros administrativos com as atividades paralisadas em todo o Brasil. O número representa 54% das agências no país. O momento é dos bancários darem uma resposta com muita luta e força e fazer crescer ainda mais as paralisações. Essa também é a orientação do Comando Nacional dos Bancários formado por dirigentes sindicais de todo país e responsável pelas negociações com os bancos. Em Niterói, o Sindicato vai manter as 241 agências fechadas nos 16 municípios do leste fluminense. Ao todo, na região, atuam cerca de 4,2 mil bancários. O Sindicato de Niterói é conhecido nacionalmente por manter, desde o primeiro dia de greve, 100% dos bancos fechados.

 

Lucros exorbitantes X Desemprego



Com os lucros nas alturas, os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) lucraram R$ 29,7 bilhões no primeiro semestre de 2016, mas, por outro lado, houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, o setor já reduziu mais de 34 mil empregos.

 

A população também paga o pato, com a ganância dos banqueiros. A taxa de juros do cheque especial bate recordes a cada mês. De acordo com dados do Banco Central (BC), chegou a 318,4% ao ano, no mês de julho (última pesquisa divulgada). No cartão de crédito, os números são ainda piores, com taxa de juros de 470,7% ao ano.

 

Principais reivindicações dos bancários

 

Reajuste salarial: reposição da inflação (9,62%) mais 5% de aumento real.

PLR: 3 salários mais R$8.317,90.

Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do salário mínimo).

Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês.

13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês.

Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

 

Fonte: Imprensa Seeb-Nit com ContrafCut