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BB é cobrado sobre prevenção efetiva contra Covid-19

Publicado em Banco do Brasil Segunda, 21 Dezembro 2020 16:37

 

A segunda onda da covid-19 em todo o país teve reflexos no aumento de casos de contaminados no Banco do Brasil. Uma reunião entre o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e representantes do BB, cobrou um efetivo respeito às normas de prevenção da doença. Entre estas estão o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) – como máscaras e escudo facial de acetato (no atendimento ao público) – distanciamento e exigência de uso de máscara pelos clientes e sanitização e fechamento de agências em casos de contaminação.

 

O banco respondeu que tem dado todas as orientações sobre as normas de prevenção e cobrado dos gestores o seu cumprimento. No entanto, o Sindicato tem recebido denúncias de que há unidades que não estão cumprindo o Manual de Trabalho Presencial Covid-19, gerando o aumento do risco de contaminação por uma doença que pode ser fatal. O banco voltou a repetir que zelar pelo cumprimento dos normativos preventivos da covid-19 é uma obrigação dos gestores e que os casos de não cumprimento são pontuais.

 

Entre as denúncias de desrespeito estão a não sanitização e fechamento da agência em caso de confirmação da doença; não utilização de todo o EPI; não afastamento dos funcionários que tiveram contato com colega com suspeita da doença. Rita Mota, diretora do Sindicato e membro da Comissão de Empresa dos Funcionários, que participou da reunião, lembrou que a prevenção é essencial para a preservação da saúde e da vida dos funcionários e clientes e que as orientações devem ser seguidas à risca.

 

Em sua opinião há falhas entre as medidas preventivas, como a sanitização apenas após ser constatada a contaminação. No seu entender a limpeza deveria ser feita assim que fosse verificada a suspeita, do contrário, mais pessoas podem ser contaminadas.

 

Horas negativas

 

O Sindicato reiterou a solicitação feita ao BB de apresentação da lista de funcionários de apoio cuja função não permite o trabalho à distância e que, por serem do grupo de risco, não podem realizar suas tarefas no banco. A reivindicação do Sindicato e também da Comissão de Funcionários é de que as pessoas que estão nesta situação tenham o seu não comparecimento abonado, deixando de ser contado como horas negativas a serem compensadas ou descontadas da remuneração. O BB ficou de passar as informações relativas a este quadro de pessoal.

 

Celular particular X trabalho

 

Outro ponto tratado foi a prática de certos gestores de passar orientações de trabalho e cobranças pelos celulares particulares dos funcionários, seja por operadoras ou redes sociais. Segundo os representantes do banco esta não é a orientação do BB. Acrescentaram que o gestor que estiver utilizando este meio corre o risco de ser investigado pela Ouvidoria ou sofrer processo administrativo. Fizeram uma referência específica a grupos de whatsapp, classificando-os como ferramenta informal que não pode ser usado para trabalho.

O telefone celular particular também não pode ser usado, igualmente, para contatos com clientes. A proibição de uso de celulares particulares para efeito de trabalho é, inclusive, proibido por cláusula da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários, assinada com a Fenaban.

 

Delegados sindicais

 

O Sindicato enviou ao banco carta da plenária de delegados sindicais do BB, realizada no último dia 8. Entre outros assuntos, o documento reivindicou o fornecimento de máscaras em quantidade e qualidade adequadas para os que estejam em trabalho presencial, inclusive terceirizados; instalação de divisórias de acrílico nas mesas de atendimento ao público; afastamento da totalidade dos funcionários do local de trabalho em caso de suspeita de covid e imediata higienização; fim da cobrança de metas e atendimento somente dos serviços essenciais; fim da perda do home office por questões de produção; e testagem periódica de todos os funcionários em trabalho presencial.

 

Leia a íntegra da carta da plenária

 

“Nós, bancários do Banco do Brasil do município do Rio de Janeiro, reunidos em PLENÁRIA neste dia 08 de dezembro, manifestamos nosso repúdio ao descaso que a citada empresa tem demonstrado com a saúde e a vida de seus funcionários bancários e terceirizados. No momento que entramos na segunda onda da maior pandemia da história da humanidade, ainda observamos total descaso por parte da administração da empresa quanto a segurança de seus funcionários e terceirizados. As agências têm funcionado com restrições mínimas de atendimento a as cobranças de metas diárias e crescentes de venda de produtos bancários provocam maior tempo de interação entre funcionário e cliente ocasionando maior exposição para ambas as partes. Observamos, diariamente, no maior Banco Público do país, grande atenção gerencial ao cumprimento de metas negociais em total detrimento ao atendimento a serviços essenciais à população. Desde o início da pandemia, ao longo de quase 9 meses, o BB forneceu apenas 3 máscaras de pano e 1 face shield para cada funcionário, e, mesmo assim, apenas para aqueles envolvidos no atendimento ao público externo.  Perante a ocorrência de funcionários infectados, o BB apenas está afastando os pares que atuam a uma distância máxima de 2 metros do colega contaminado, ignorando a natural circulação de pessoas e de documentos manipulados na dependência. O processo de higienização das agências com casos de COVID constatados é adiado ou nem mesmo é realizado. Devido a estes fatos de vários outros aspectos que revelam total descaso com nossas vidas, dos nossos familiares e de nossos clientes e usuários e suas famílias, viemos a público exigir: 1) o fornecimento de máscaras em quantidade e qualidade adequadas para todos que estejam em trabalho presencial, inclusive terceirizados; 2) Instalação de divisórias de acrílico em todas as mesas de funcionários que realizam atendimento de público. 3) afastamento de TODOS os trabalhadores que exerçam sua atividade no local de trabalho em que houver SUSPEITA de casos de Covid e imediata higienização da dependência; 4) abstenção de cobrança de metas e objetivação exclusiva no atendimento aos serviços essenciais demandados pela população; 5) Fim da perda do Home Office por questões de produção. 6) testagem periódica de todos os funcionários que se encontram em trabalho presencial. Remetemos esta carta a SUPERINTENDÊNCIA ESTADUAL DO BANCO DO BRASIL, a Gestão de Pessoas, a Contraf e a Contec. À instituição empregadora, solicitamos que estas demandas sejam tratadas com a brevidade que o assunto requer. Às Confederações Sindicais copiadas, solicitamos acompanhar e dar publicidade tempestiva desta manifestação“.