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Presidente do Bradesco considera demissões naturais e anuncia fechamento de 1.100 agências

Publicado em Bradesco Sexta, 30 Outubro 2020 11:53

 

O Bradesco prevê encerrar o ano com redução de 1.100 agências em comparação com 2019. A afirmação foi dada pelo presidente do banco, Octavio de Lazari, nesta quinta (29/10).

 

Segundo ele, o corte faz parte de um plano de reestruturação de despesas do banco, que para isso realizou uma provisão adicional de R$ 879 milhões.

 

Das 1.100 agências previstas para encerrar as atividades, 400 correspondem a espaços físicos que serão fechados, enquanto outras 700 serão incorporadas e transformadas em unidades de negócios.

 

Até o momento, 683 agências já foram fechadas ou incorporadas e, segundo Lazari, o movimento deve continuar no ano que vem.

 

"Muitas agências ainda serão transformadas em unidades de negócio, que têm um custo de 30% a 40% menor [do que as agências], por não contarem com gastos como de vigilante e carro forte, por exemplo, e que são de 20% a 30% mais eficientes, já que todos os funcionários estão dedicados a fazer negócio”, afirmou Lazari.

 

“Apesar de termos reduzido nossas despesas nos nove meses deste ano em relação a igual período de 2019, elas ainda estão muito elevadas. Precisamos ajustar a nossa corporação para uma estrutura de gastos adequada. Vamos cortar o mato alto até o final deste ano para, em 2021, começarmos a ganhar eficiências mais específicas de custos em cada área e setor”, afirmou o presidente do Bradesco.

 

Demissões desumanas por telefone

 

O movimento acompanha o processo de maior digitalização e competitividade do sistema financeiro e, segundo Lazari. Com isso, quem paga o pato são os funcionários.

 

“Até agora, quase 4.000 pessoas saíram do banco, mas essa redução é praticamente natural. Normalmente temos um turnover [rotatividade de pessoal] médio anual de 7%, o que equivale a quase 7.000 pessoas. O que estamos fazendo é buscar eficiência com custos mais adequados”, disse, afirmando que isso também implica na possibilidade de terceirizar algumas áreas do banco ou de reduzir os gastos prediais (como aluguel, água, luz ou telefone) para segmentos que tenham maior capacidade de continuar em trabalho remoto.

 

Questionado sobre a previsão de redução de pessoal para 2020, o banco afirmou em nota que não trabalha com uma meta em relação ao seu quadro de funcionários.

 

Até o momento, 95% dos funcionários de departamento do banco estão em home office, enquanto as agências dividiram a equipe pela metade e trabalham, agora, em modelo de revezamento.

 

O banco terminou o terceiro trimestre com 95.934 funcionários, uma redução de 3,4% em relação a quantidade de empregados que tinha em igual período de 2019. No total, foram 3.338 desligamentos.

 

Foto presidente: Victor Parolin/Folhapress